Pedaços de papel...

...com Pedro Tamen

Amar-te é vir de longe

Amar-te é vir de longe,
descer o rio verde atrás de ti,
abrir os braços longos desde os sete
anos sobre a latada ao pé do largo,
guardar o cheiro a figos vistos lá,
a olho nú, ao pé, ao pé de ti,
parar a beber água numa fonte,
um acaso perdido no caminho
onde os vimes me roçam a memória
e te anunciam mãos e te perfazem;
como se o sino à hora de tocar
já fosse o tempo todo badalado,
e a tua boca se abrisse atrás do tojo,
e abaixo dos calções as pernas nuas
se rasgassem só para o pequeno sangue,
tal o pequeno preço que me pedes.
Atrás da curva estavas, és, serias,
nos muros de granito, nas amoras.
Amar-te era lembrança e profecias,
uma porta já feita para abrir,
e encontrar o lar ou música lavada
onde, se nasces, vives, duras, moras
— meu nome exacto e pão
no chão das alegrias.

Para Meditar...

O que andam a fazer com a nossa Educação?


Uma professora de 22 anos foi hoje "brutalmente agredida" pela mãe de uma aluna à porta da Escola Primária do Cerco, no Porto, tendo necessitado de tratamento hospitalar.
"Ficou com a cara toda aberta e o corpo coberto de escoriações e pisaduras. [A agressora] arrancou-lhe o cabelo, deu-lhe pontapés, bateu com tudo o que tinha", revelou à Lusa, Mário Santos, namorado da professora.Segundo a mesma fonte, a professora de Formação Musical esteve duas horas a ser assistida no Hospital S. João, de onde saiu cerca das 20h00.Mário Santos referiu que a namorada "foi escoltada pela polícia desde a escola até ao hospital", de onde saiu em direcção a uma esquadra da PSP, para apresentar queixa-crime contra a agressora.O namorado adiantou que a mãe da aluna "quis fazer justiça pelas próprias mãos", convencida de que a professora batera na sua filha, uma afirmação que garante ser mentira

"in público"

Para Meditar...

Eis um exemplo da "competência" e do autismo de quem nos governa. Num país civilizado estes senhores (equipa do ministério da educação) ia para a rua e teriam que indemnizar os contribuintes...

"Ministério da Educação, pela quarta vez condenado em Tribunal

Mais uma vez, um Tribunal Administrativo deu razão a um professor que decidiu recorrer do facto de o ME se recusar a remunerar como serviço docente extraordinário as actividades de acompanhamento e substituição de docentes que realizou. O ME, como se sabe, sempre se negou a considerar que este serviço docente deveria ser remunerado extraordinariamente, por fazer uma leitura abusiva da lei em vigor, à data o Estatuto da Carreira Docente, agora revisto e publicado em 19 de Janeiro de 2007.
Os Sindicatos da FENPROF sempre contestaram esta interpretação e recusaram fazer leituras restritivas da aplicação do art.º 83.º, do Dec-Lei 1/98 (ECD – revisão de 1998), por entenderem que, quer pela aplicação da legislação, quer no quadro de uma leitura, tendo por base o espírito da lei, não havia dúvidas quanto à justeza da medida. Ou seja, se ao professor fossem atribuídas actividades para suprir a ausência de outros docentes, então essas funções deverão ser pagas como trabalho extraordinário.
O facto de o ME sempre se recusar a fazer esta interpretação levou a que dezenas de professores, apoiados pelos Sindicatos, tenham desencadeado em Tribunal a reposição da justiça e da verdade.
No caso do SPRC e do seu gabinete jurídico, encontram-se, ainda a aguardar decisão 8 casos, entregues em Tribunal, bastando apenas mais uma decisão de condenação para que o Ministério da Educação seja obrigado a pagar, a todos os professores que o requeiram, mesmo não tendo interposto recurso, todo o serviço realizado nestas condições até 19 de Janeiro de 2007 — data da entrada em vigor do novo ECD imposto pelo Governo e que já não considera esta possibilidade.
A acontecer, o ME somará mais uma grande derrota e evidenciará o seu carácter autoritário, agindo mesmo, por vezes, à margem da lei.

"in sprc" "

Ao "Zeca Afonso"

Que falta nos fazes,
com a tua coragem,
a tua determinação,
a tua coerência!

E hoje?
Fala-se de tudo e não se diz nada!

Manipulam-se conceitos e ideologias...

"O teu Camarada" caiu em desuso e
ficou só com alguns...

Os valores, a determinação, as causas já não
são melodias como aquelas que tu tão bem entoavas!

E agora Zeca?!

Zeca Afonso

Utopia

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

Pedaços de papel.....

...com antónio gedeão



MÁQUINA DO MUNDO


O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma
O resto é matéria.

Daí, que este arrepio
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.

Pedaços de sentimento...

Supertramp - School
Colocado por manon42

Melhor Português????

António de Oliveira Salazar.
Três nomes em sequência regular...
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.

Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.
Oh, c'os diabos!
Parece que já choveu...

Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho...
Bebe a verdade
E a liberdade,
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné,
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé,
Mas ninguém sabe porquê.
Mas, enfim, é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé:
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho,
Nem até
Café.

"Fernando Pessoa"

Por cortesia in " Braganza-mothers"

Pedaços de sentimento...

Às vezes tenho saudades tuas Kurt_

Pensamento do dia

Só os estúpidos esperam a velhice e a doença para perceberem a tristeza da condição humana.


"Senilia"

Pedaços de papel...

... com d'OR

A chuva,
Outra vez a chuva

Na curvatura do seio...

in campus santiago, 1988

Onde as Ruas têm nome...

rua da calçadinha, segura, beira baixa, Portugal
(photo taken by anabela santiago, 2006)

Mensagem

AMAR

Eu AMO!
Tu AMAS?
Ele, Ela AMA.

Nós AMAMOS.
Vós AMAIS!
Eles, Elas AMAM!

Para Meditar...

A chuva e o bom tempo

Desta vez foi a chuva, há nove anos foi o bom tempo. Trinta anos depois do 25 de Abril, para muitos portugueses qualquer pretexto é hoje bom para não votar; em 1998 a maioria foi para a praia; agora foi passear para os "shoppings". Se, em democracia, "o povo tem sempre razão", talvez os políticos devessem tentar perceber as razões do desinteresse pela política e, pior, pela participação cívica. Porque a mais importante dessas razões está neles próprios. O desprestígio a que chegaram os políticos e a política contamina hoje a própria democracia, assumindo o ressentimento popular às vezes formas perversas, como a "retoma" do Portugal salazarento a propósito de um concurso televisivo ou em alguma argumentação a que se assistiu na recente campanha do referendo. Os partidos perderam completamente as referências ideológicas (nisto, Manuel Alegre tem inteira razão) e tornaram-se meros agrupamentos de interesses. Quem se pode surpreender que os cidadãos se demitam da política e, por acréscimo, da própria participação cívica? Há uma expressão em francês, "la pluie et le bon temps", que significa irrisão, "bla, bla, bla". Falemos, pois, de novo da chuva e do bom tempo para justificar a abstenção de ontem. Da próxima vez há-de ser a temperatura moderada.

"in Jn"

Comportamento X

Pelo SIM pelo NÃO, vou ver o que isto vai dar: já não há dúvidas,ao que parece!

A verdadeira "Teia de Carlota"...

"Baseado no livro de E. B. White, a clássica história de lealdade, confiança e sacrifício ganha vida nesta adaptação ao cinema em imagem real.

Flor é um dos dois únicos seres vivos que vê o quanto Abílio, o seu porquinho de estimação, é um animal especial. O mais pequeno da ninhada, rapidamente se transforma num maravilhoso e radiante porco.

Quando Abílio se muda para um novo celeiro, inicia uma nova e profunda amizade com a mais improvável das criaturas, uma aranha chamada Carlota, e o laço que os une inspira os animais ao seu redor a unirem-se como uma família.

No entanto, ao espalhar-se a notícia que Abílio tem os dias contados, parece que apenas um milagre o pode salvar. Mas uma determinada Carlota, que vê milagres no dia-a-dia, tece palavras na sua teia num esforço de convencer o fazendeiro que Abílio é um «porquinho incrível» que vale a pena salvar".

A vida também pode ser assim!
* por cortesia Diário Difgital

Para Meditar...

O padre de Viseu Manuel Costa Pinto disse hoje que votará "sim" no referendo do próximo domingo porque entende que devem acabar "a humilhação das mulheres em tribunal" e "o verdadeiro infanticídio" a que obriga a lei actual.

Manuel Costa Pinto, 79 anos, defende que a mulher deve ser libertada "dessa coisa vergonhosa que é o julgamento" e também do castigo da prisão, dando o exemplo de Jesus Cristo.

"Jesus disse 'aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra' e ficou apenas ele e a mulher. Então acrescentou: 'eu não te condeno, vai, e não tornes a pecar'. O nosso magistério, papas e bispos, não pode esquecer isto", disse o padre Manuel Costa Pinto.

Por outro lado, o padre afirmou não compreender como "pessoas sensatas" podem alhear-se "do verdadeiro infanticídio" que muitas mulheres cometem depois do nascimento dos filhos.

"Mulheres com medo"

"Mulheres com medo, que não têm dinheiro para ir para o aborto clandestino e muito menos para o estrangeiro, disfarçam a gravidez até ao parto. Vão para uma casa de banho, sai uma criança — aí sim, já uma criança — metem-na num saco e deitam-na ao caixote do lixo, ao esgoto ou até no campo", descreveu o padre de Viseu.

Na sua opinião, essas situações só acontecem "por causa da lei que existe actualmente", sendo que, nesses casos, já considera que existe um crime, porque, se o bebé nasceu com vida, "é uma pessoa com personalidade jurídica".

Padre não tem receio de ser excomungado

"Eu voto 'sim' sem qualquer dificuldade. Não tomo esta atitude de ânimo leve, sei a minha responsabilidade como católico e como padre", frisou Manuel Costa Pinto, acrescentando não ter receio de ser excomungado.

"Já estive suspenso 17 anos por escrever um livro sobre o celibato a defender que os padres se deviam casar. Hoje já toda a gente diz isso, mas naquele tempo [início da década de 70] fui só eu", contou o padre.

" in jornal o público"

Pedaços de sentimento...

O Planeta...

...hoje está vermelho!
E amanhã?
E depois de amanhã?!

ilustração
de Joep Bertrams no "Het Parool"