terça-feira, agosto 29, 2006

Uma sábia resposta...

Em certa ocasião alguém perguntou a Galileu Galilei: Quantos anos tens?! Oito ou dez, respondeu Galileu, em evidente contradição com sua barba branca. E logo explicou: Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais, como não temos mais as moedas que já gastamos." E você? Quantos anos tem?

segunda-feira, agosto 28, 2006

Para Meditar...

domingo, agosto 27, 2006

Estórias mundanas...

Infelizmente, hoje cada vez mais acontece isto que os Xutos e Pontapés escreviam e cantavam há quase vinte anos!!!


Barcos Gregos

Já estou farto de procurar
Um sítio para me encaixar
Mas não pode ser
Está tudo cheio, tão cheio, cheio, cheio
Mas o que é que eu vou fazer
Eu vou para longe, para muito longe
Fazer-me ao mar, num dia negro
Vou embarcar, num barco grego
Falta-me o ar, falta-me emprego
Para cá ficar
Já estou farto de descobrir
Tantas portas por abrir
Mas não pode ser, é tudo feio, tão feio, feio
Mas o que é que eu vou fazer



Pedaços de papel.....

... com "Alexandre O'Neill"

Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!

terça-feira, agosto 22, 2006

Pedaços de papel.....

...com D`OR

A Celebração da Vida....

Sentir a chuva no rosto, o vento a empurrar-nos e deixarmo-nos ir. Ver o mar; agitado, cinzento, atlântico, com uma revolta intensa. Caminhar sem destino, simplesmente andar, não interessando as horas, ouvindo a trovoada anunciar-se e vendo o seu festival luminoso.
Abraçar a noite e entrar pela escuridão debaixo do rufar dos trovões...celebrando a vida!



segunda-feira, agosto 21, 2006

Para ouvir...

Está excelente!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Pedaços de papel.....

... com Mário Cesariny

Poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

terça-feira, agosto 15, 2006

Pensamento do dia

Estórias mundanas...

Ele lamentava-se da sua sorte. Lamentava que tinha nascido no país errado, que o destino o tinha marcado (não se sabendo como), que ninguém gostava dele, que o azar o perseguia, que amigos eram uma quimera, que o amor nunca lhe aconteceria, que a chuva nunca o deixaria, que a frustação sempre o acompanharia.
Quando verificou, que devido à sua maneira de estar na vida, estava sozinho descobriu que: o país não era assim tão mau, que o destino não marca ninguém, que ao longo da sua vida tinha encontrado pessoas que gostaram muito dele, que tinha tido amigos únicos, que o amor estava ali ao lado, que o sol brilhava ofuscando a chuva e que o optimismo é uma máxima a seguir (só se aceitando algumas esporádicas crises). Já era tarde para recuperar o que chegou a ter. Continuou a lamentar-se, mas agora culpando-se a si próprio.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Pedaços de sentimento...

Verdadeiramente inesquecível...

Quem puder...

A não perder!

Estórias mundanas...

Obikwelu nasceu a 22 de Novembro de 1978 na Nigéria, filho de um polícia reformado e mãe doméstica. Partilhando a infância com os dois irmãos e duas irmãs, sonhava desde então ser atleta internacional, mas foi com o futebol que começou a praticar desporto, sendo um treinador que o conduziu ao atletismo. Em 1994 surgiu uma oportunidade única: os Campeonatos do Mundo em Atletismo Juniores, em Lisboa. A Nigéria estava então a cortar os patrocínios no desporto, o que comprometia as aspirações do velocista, que desde cedo acreditava chegar ao pódio nas grandes competições internacionais, quase sempre disputadas na Europa. Portugal aparecia-lhe então como uma oportunidade de ficar perto dos ‘meetings’ mais importantes. Por isso distraiu os dirigentes dos Campeonatos em Lisboa e fugiu, junto com dois colegas, da equipa dos 400 metros que integrava.
Ficou em Portugal, país que desde então nunca mais abandonou. Mas o sonho tornou-se num pesadelo. Sem falar português, vagueou pelas ruas, dormiu em jardins e passou fome, até conseguir trabalho na construção civil, no Algarve, para garantir o sustento. A essa altura a sua carreira desportiva esteve por um fio. Foi uma assistente social quem um dia descobriu o seu passado, prometeu ajudá-lo e levou-o ao Belenenses, onde foi apresentado a Fausto Ribeiro, o treinador que o levaria mais tarde ao pódio Mundial (Medalha de Bronze) nos 200m em Sevilha (1999).
Em 1997 veio um novo salto. A passagem do Restelo para Alvalade, quando o Sporting de Moniz Pereira o contratou e lhe proporcionou condições que o projectaram ainda mais no plano internacional.
O estatuto de dupla nacionalidade só lhe foi dado em 2001, após sete anos de cultura lusitana, à qual demorou a adaptar-se. Obikwelu explica ter passado dificuldades por causa da língua e por estar sozinho. “Mas hoje identifico-me com Portugal e não vejo diferenças entre mim e outro cidadão. Já estou integrado.”

O resto já toda a gente sabe, desde a medalha de prata nos 100 metros dos Jogos Olimpicos de Atenas em 2004 até às medalhas de Ouros dos Campeonatos Europeus de 2006 (ganhas nesta semana).
Temos aqui uma verdadeira lição de vida, tenacidade e coragem!
Obrigado Obkiwelu!


Informaçoes recolhidas por cortesia in " ACIME, L´Equipe, Revista Atletismo"

domingo, agosto 13, 2006

Pensamento do dia

A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades.

"Abraham Lincoln "

sábado, agosto 12, 2006

contratempos

CORUCHE
(foto alexandre osório, agosto 2006)

Pedaços de papel...

...com D`OR

Dualidades

Constelações de murmúrios
sussurram sons silenciosos
que a minha razão se recusa admitir
mas
que a minha alma aceita cegamente!
Dualidade
que desequilibra
uma estabilidade
que o meu eu abraçou.
Sentir através da razão
ou
pensar pelo sentimento?
Dualidade
que
sons silenciosos
sopram...
confundo-me

no meu próprio eu!

quinta-feira, agosto 10, 2006

James Van Allen

Faleceu ontem com 91 anos de idade James Van Allen. Cientista marcante e um dos pioneiros na astronomia moderna e das ciências espaciais. Descobriu os cinturões de radiação que rodeiam a Terra. A ciência ficou mais pobre.

terça-feira, agosto 08, 2006

cata-ventos

...por Ney Matogrosso













Igreja de S. Pelágio (antiga matriz) em Oliveira de Frades

Fossem ciganos a levantar poeira
A misturar nas patas
Terra de outras terras, ares de outras matas
Eu, bandoleiro, no meu cavalo alado
Na mão direita o fado
Jogando sementes nos campos da mente
E se falasses magia, sonho e fantasia
E se falasses encanto, quebranto e condão
Não te enganarias, Não te enganarias,
Não te enganarias, não!
Fossem ciganos a levantar poeira
A misturar nas patas
Terra de outras terras, ares de outras matas
Eu, bandoleiro, no meu cavalo alado
Na mão direita o fado
Jogando sementes nos campos da mente
E se falasses magia, sonho e fantasia
E se falasses encanto, quebranto e condão
Feitiço, transe, viagem, alucinação, miragem


in Canto em qualquer canto

domingo, agosto 06, 2006

Cata-ventos

... por Marta Gonçalves



















Igreja Matriz de Oliveira do Bairo
(foto de alexandre osório, julho 2006)

O vento no rosto

Descalços, andávamos no campo,
molhávamos os pés na relva verde.
Íamos atrás do vento.
Sentávamos, todas as tardes, no alpendre,
a olhar os passarinhosa panhando migalhas.

- Esperando encontrar o que nos resta
do corpo.

sábado, agosto 05, 2006

Estórias mundanas...

Os pensamentos dele recuaram anos parando naquele dia da sua infância. Recordou o seu olhar triste, vendo os miúdos brincando tendo a vantagem de compartilharem um mundo que para ele ainda era inacessível. Encostado a um canto aguardava que alguém reparasse nele, novato, raquítico. Ele também sabia brincar, podia também ser cúmplice de brincadeiras… mas estava deslocado; tinha aparecido mais tarde e não se evidenciava fisicamente dos outros.
Naquele dia encheu-se de coragem, ninguém o iria gozar! Não iria ficar isolado! Aproximou-se dos outros…e, tudo foi muito rápido! Quando deu conta estava no chão a ser pontapeado e cuspido…fechou os olhos, deixou de ouvir, ninguém escarnecia dele. A medo…libertou as pálperas do peso da dor e da vergonha e viu uns lindos olhos azuis a acariciar-lhe as feridas. Um anjo! Pensou ele….só podia ser…
Os pensamentos pararam, virou-se na cama e beijou o rosto onde moram os olhos azuis que lhe apaziguaram as dores físicas e da alma durante toda a vida.

Quem puder...

Vale a pena!

sexta-feira, agosto 04, 2006

Pensamento do dia

Quem era Gisberta?
- Para alguns uma mulher?!
- Para outros um homem?!
- Para muitos a indiferença...
Quem era afinal Gisberta?
- um ser humano...ou estarei errado?!
Um Estado que não cuida de cidadãos e não os protege na sua diferença e coragem...
Um estado preconceituoso, hipócrita...
Onde estão as liberdades, os direitos e as garantias consagradas na (Constituição?)!
Um dia as gerações vindouras vão ter vergonha de nós... e daquilo que não fomos capazes de fazer pelo nosso semelhante!

Gisberta só queria ser feliz...
Por cortesia de Os tempos que correm
O silêncio tenebroso do estado
Escrevo propositadamente antes de ler a sentença do "caso Gisberta". Porque seja qual for o resultado, até hoje não vimos acontecer a única coisa que poderia descansar-nos enquanto cidadãos de uma república democrática: a assunção da responsabilidade última por parte das instituições que, directa ou indirectamenta, tutelam aqueles menores. A saber, a Igreja Católica e o Estado.
E o que é assumir as responsabilidades neste caso? É, desde logo, falar: dizer com toda a clareza que tudo se fará para que nada disto se repita e que a sociedade não admite coisas destas. Mas não basta: é preciso dizer que não se admitem crimes por homofobia e transfobia; que não se admite a homofobia e a transfobia; e que tudo se fará para exercer a pedagogia necessária para a eliminação destes males. O estado (já não falo da ICAR....) deveria dizer alto e bom som que Gisberta era uma pessoa e uma cidadã; uma pessoa e uma cidadã cujas características identitárias a colocaram numa situação de extrema exclusão e discriminação; e que não é a única.
A assunção de responsabilidade pelo estado não deveria ficar por aí, contudo. À semelhança do que se fez em Espanha, é necessário que o estado garanta, através de legislação adequada, o direito à identidade de género, única forma de as pessoas transgénero poderem usufruir de igualdade de oportunidades - para a vida e, antes mesmo disso, para a cidadania.
No caso específico das pessoas transexuais a situação é pior ainda, dado o hiato em que vivem entre o diagnóstico de disforia de género e a redesignação; durante esse período de inexistência social forçada - desde logo de impossibilidade de encontrar trabalho - as e os transexuais são verdadeiramente não-pessoas. E é o estado que, por negligência, assim as define.
Não me meto em diatribes com as decisões judiciais. Muito menos quero correr o risco de colocar em causa as salvaguardas a que os acusados têm direito. O que me revolta sobremaneira é o desprezo, a inacção e o silêncio do estado. Desprezo, inacção e silêncio que tornam o estado cúmplice da violência que matou Gisberta.

Estórias mundanas...

Caminhava pelo meio da multidão…seguia o sentido inverso, o olhar era ausente. No meio de tanta gente sentia-se só. Abraçava a solidão que afinal ( e apesar das ilusões) era a sua única amiga.

terça-feira, agosto 01, 2006

E Agora?

Um primeiro ministro que diz tão rigoroso e impoluto irá manter uma equipa ministerial que pratica ilegalidades e trapalhadas?

Cata-ventos














Igreja da Moita - Anadia
(foto alexandre osório, julho 2006)


Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?

Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?

Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.

Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.

in "O Guardador de rebanhos" de Alberto Caeiro

Estórias mundanas...

Os Lambedores

Cap.I


Existe uma espécie que vegeta por aí (em Portugal pululam) que passarei a designar por lambedores.
Estes espécimes caracterizam-se anatomicamente por serem invertebrados, ou seja, em vez de coluna vertebral possuem algo que se adapta perfeitamente à conjuntura. Não hesitam em lamber o que lhes aparece à frente (não tem preferência por nenhum tipo de calçado) para poderem obter favores e privilégios. Possuem uma capacidade verdadeiramente espantosa de se ajustarem a quem os pisa (talvez por serem invertebrados).
Estes espécimes não têm amigos (têm relações circunstanciais) mas emitem palavras afectuosas o que podem apanhar uma pessoa mais incauta na sua teia.
Atacam pela calada…uns juram amizade outros não falam mas também são perigosos.
Os que juram amizade são extrovertidos, parecem afectuosos e por isso podem causar danos profundos visto poderem revelar confidências de quem neles confiou. Os que não falam são introvertidos, observam as presas à espera de proferir o golpe, que pode ser da forma de maledicência, abuso de poder, plágio ou perseguição.
Normalmente os lambedores são bem sucedidos. Têm cargos de chefia, avaliam os outros e até se dizem mais competentes. No entanto por vezes caem em desgraça.


(continua)

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