Podia chamar-te pai, asa de fogo, planta agreste, alpendre aberto ao feitiço das estrelas. Podia aninhar-me no casulo do teu abraço e adormecer com o mistério que alimenta as tuas lendas. Podia recordar os nomes dos rios e das serras e das linhas secundárias que cruzam vales e montanhas. Podia perguntar pelos teus filhos esquecidos há muito nas errâncias deste mundo. Podia querer interpretar a tua melancolia como um sinal de saudade da grandeza perdida. Podia reabrir, em página incerta, os teus livros raros, os dos poetas que engrandeceram as título póstumo, como os heróis, em pátria de carpideiras e de oficiantes da mais daninha e entranhada inveja. Podia entrar nas tuas casinhas baixas, as de granito e as pintadas com a mansa alvura da cal. Podia afagar-te as barbas brancas que se tornaram salgadas no fragor das batalhas. Podia desenterrar os teus mortos só para saber que sonhos traídos os levaram à cova. Podia desmascarar os vendilhões que falam em teu nome como se falassem de negócios reles numa banca de feira, Podia perguntar-te porque atravessas cabisbaixo os largos das aldeias desertas e queres saber o paradeiro dos teus filhos silenciosos e distantes, daqueles que tomaram outros rumos com a dor da tua ausência a ferir-lhes o peito. Podia deitar-me ao teu colo como se me deitasse na cama de urze à beira dos promontórios que vigiam as fúrias do mar. Podia chorar no teu ombro cansado todas as desditas que foste obrigado a consentir e a calar. Podia contar aos meus netos os feitos do Gama, de Magalhães e de Cabral e desenhar um mapa de glórias navegantes só para eles saberem que um dia usaste a efémera coroa de algas dos reinos do mar. Podia pedir-te e dar-te contas de tudo aquilo que sonhámos e não alcançámos. Podia fazer tudo isso e muito mais, mas prefiro vislumbrar na tristeza dos teus olhos a ternura com que segues o rasto das aves e das estrelas e depois abraçar-te e dizer-te: meu querido Portugal, serás, até ao fim, a luz que não se apaga nem se rende quando sonhamos com tudo aquilo que ainda te falta ser.
"Hoje de manhã saí muito cedo, Por ter acordado ainda mais cedo E não ter nada que quisesse fazer... Não sabia que caminho tomar Mas o vento soprava forte, varria para um lado, E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e Assim quero que possa ser sempre -- Vou onde o vento me leva e não me Sinto pensar."
Em amena cavaqueira com o meu Grande Amigo Alex.... veio-nos à lembrança esse grande pensador, chamado Gabriel... Volta... com novidades... Entretanto, fica esta lembrança...
Pega Ladrão!
- Vossa Excelência, agora explique, mas não complique! - Vossa Excelência, eu já expliquei! Eu não vi essa lista. Eu afirmo com a mais absoluta certeza e sinceridade Que eu nunca vi essa lista! Não sei dessa lista, não quero saber e tenho raiva de quem sabe! Quem disser que eu vi essa lista é um mentiroso, E vai ter que provar! E se provar, vai se ver comigo!
Pega ladrão! No Governo! Pega ladrão! No Congresso! Pega ladrão! No Senado! Pega lá na Câmara dos Deputados! Pega ladrão! No Palanque! Pega ladrão! No Tribunal! É por causa desses caras Que tem gente com fome Que tem gente matando Etc e tal...
Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega Pega, pega ladrão! A miséria só existe porque tem corrupção! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega Pega, pega ladrão! Tira do Poder, Bota na prisão!
E você que é um simples mortal Levando uma vidinha legal Alguém já te pediu 1 real? Alguém já te assaltou no sinal? Você acha que as coisas vão mal? Ou você tá satisfeito? Você acha que isso é tudo normal? Você acha que o país não tem jeito? Aqui não tem terremoto Aqui não tem vulcão Aqui tem tempo bom Aqui tem muito chão Aqui tem gente boa Aqui tem gente honesta Mas no poder é que tem gente que não presta
Eu fui eleito e represento o povo brasileiro. Confie em mim que eu tomo conta do dinheiro.
Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega Pega, pega ladrão! A miséria só existe porque tem corrupção! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega Pega, pega ladrão! Tira do Poder, Bota na prisão!
Tira esse malando do poder executivo! Tira esse malandro do poder judiciário! Tira esse malandro do poder legislativo! Tira do poder que eu já cansei de ser otário! Tira esse malandro do poder municipal! Tira esse malandro do governo estadual! Tira esse malandro do governo federal! Tira a grana deles e aumenta o meu salário!
- Tá vendo essa mansão sensacional? Comprei com o dinheiro desviado do hospital. - Ah! E o meu cofre cheio de dólar? É o dinheiro que seria pra fazer mais uma escola. - Precisa ver minha fazenda! Comprei só com o dinheiro da merenda! - E o meu filhão? Um milhão só de mesada! E tudo com o dinheiro das crianças abandonadas. - E a minha esposa não me leva à falência Porque eu tapo esse buraco com o rombo da Previdência. - Vossa excelência, cê não viu meu avião? Comprei com uma verba que era pra construir prisão! - E a superlotação? - Problema do povão! Não temos imunidade? Pra nós não pega não.
Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega Pega, pega ladrão! A miséria só existe porque tem corrupção! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega Pega, pega ladrão! Tira do Poder, Bota na prisão!
A miséria só existe porque tem corrupção Desemprego só aumenta porque tem corrupção Violência só explode porque tem tanta miséria e desemprego Porque tem tanta corrupção!
"Todos que me conhecem sabem muito bem que eu não admito O enriquecimento do pobre e o empobrecimento do rico."
E você, que nasceu nesse país E que sonha e que sua pra ser feliz Você presta atenção no que o candidato diz? Ou cê vota em qualquer um, seu babaca? E depois da eleição você cobra resultado? Ou fica ai parado de braço cruzado? Cê lembra em quem votou pra deputado? E quem você botou lá no Senado?
Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega Pega, pega ladrão! A miséria só existe porque tem corrupção! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega Pega, pega ladrão! Tira do Poder, Bota na prisão!
- Como vocês suspeitavam, eu realmente vi essa lista. Eu vi, mas não li. E digo mais, eu engoli. Pra que ninguém lesse também. E foi com a melhor das intenções. Burlei a Lei, mas com toda honestidade! - Vossa Excelência engoliu a lista? - Bem, eu a coloquei para dentro do meu organismo, Num lugar seguro e escuro. De modo que pra todos os efeitos, Sendo assim desta maneira, eu me reservo ao direito De não dizer nada mais. Tá tudo publicado nos anais. - Mas ontem o senhor falou que não viu a lista. Hoje o senhor fala que viu a lista. E amanhã o senhor... - Ah! Amanhã ninguém lembra mais! E o caso da lista vai entrar prá lista dos casos, Os casos que ficaram pra trás..."
Composição: Gabriel O Pensador/tiago Mocotó/aninha Lima/liminha
Anda tudo do avesso Nesta rua que atravesso Dão milhões a quem os tem Aos outros um passou - bem
Não consigo perceber Quem é que nos quer tramar Enganar Despedir E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar Que esta merda vai mudar E espero vir a ter Uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer Isto nunca vai mudar Conseguir Encontrar Mais força para lutar...
(Refrão) Senhor engenheiro Dê-me um pouco de atenção Há dez anos que estou preso Há trinta que sou ladrão Não tenho eira nem beira Mas ainda consigo ver Quem anda na roubalheira E quem me anda a comer
É difícil ser honesto É difícil de engolir Quem não tem nada vai preso Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém Assumir que já andou A roubar A enganar o povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força para lutar Mais força para lutar Conseguir encontrar mais força para lutar Mais força para lutar...
(Refrão) Senhor engenheiro Dê-me um pouco de atenção Há dez anos que estou preso Há trinta que sou ladrão Não tenho eira nem beira Mas ainda consigo ver Quem anda na roubalheira E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso Há trinta que sou ladrão Mas eu sou um homem honesto Só errei na profissão
Creio que foi o sorriso, sorriso foi quem abriu a porta. Era um sorriso com muita luz lá dentro, apetecia entrar nele, tirar a roupa, ficar nu dentro daquele sorriso. Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Out here the nights are long the days are lonely I think of you and I'm working on a dream I'm working on a dream
The cards I've drawn's a rough hand darlin' I straighten my back and I'm working on a dream I'm working on a dream
I'm working on a dream Though sometimes it feels so far away I'm working on a dream And how it will be mine someday
Rain pourin' down I swing my hammer My hands are rough from working on a dream I'm working on a dream
I'm working on a dream Though trouble can feel like it's here to stay I'm working on a dream Our love will chase the trouble away
I'm working on a dream Though it can feel so far away I'm working on a dream And our love will make it real someday
Sunrise come I climb the ladder The new day breaks and I'm working on a dream I'm working on a dream I'm working on a dream I'm working on a dream
I'm working on a dream Though it can feel so far away I'm working on a dream And our love will make it real someday I'm working on a dream Though it can feel so far away I'm working on a dream And our love will make it real someday