terça-feira, janeiro 30, 2007

Para Meditar...

*Carta duma professora* (nome omitido)


«Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados com a educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o código deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a temática de forma séria e isenta.
O senhor jornalista e a ministra que defende não devem saber o que é ter uma turma de 28 a 30 alunos, estando atenta aos que conversam com os colegas, aos que estão distraídos, ao que se levanta de repente para esmurrar o colega, aos que não passam os apontamentos escritos no quadro, ao que, de repente, resolve sair da sala de aula. Não sabe o trabalho que dá disciplinar uma turma. E o professor tem várias turmas. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra deva saber) o enorme trabalho burocrático que recai sobre os professores, a acrescer à planificação e preparação das aulas. O senhor jornalista não sabe (embora devesse saber) o que é ensinar obedecendo a programas baseados em doutrinas pedagógicas pimba, que têm como denominador comum o ódio visceral à História ou à Literatura, às Ciências ou à Filosofia, que substituíram conteúdos por competências, que transformaram a escola em lugar de recreio, tudo certificado por um Ministério em que impera a ignorância e a incompetência. O senhor jornalista falta à verdade quando alude ao «flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro sector de actividade, público ou privado». Tal falsidade já foi desmentida com números e por mais de uma vez. Além do que, em nenhuma outra profissão, um simples atraso de 10 minutos significa uma falta imediata.
O senhor jornalista não sabe (embora a ministra tenha obrigação de saber) que é chegar a uma turma que se não conhece, para substituir uma professora que está a ser operada e ouvir os alunos gritarem contra aquela «filha da puta» que, segundo eles, pouco ou nada veio acrescentar ao trabalho pedagógico que vinha a ser desenvolvido. O senhor jornalista não imagina o que é leccionar turmas em que um aluno tem fome, outro é portador de hepatite, um terceiro chega tarde porque a mãe não o acordou (embora receba o rendimento mínimo nacional para pôr o filho a pé e colocá-lo na escola), um quarto é portador de uma arma branca com que está a ameaçar os colegas. Não imagina (ou não quer imaginar) o que é leccionar quando a miséria cresce nas famílias, pois «em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». O senhor jornalista não tem sequer a sensibilidade para se por no lugar dos professores e professoras insultados e até agredidos, em resultado de um clima de indisciplina que cresceu com as aulas de substituição, nos moldes em que estão a ser concretizadas. O senhor jornalista não percebe a sensação que se tem em perder tempo, fazendo uma coisa que pedagogicamente não serve para nada, a não ser parafazer crescer a indisciplina, para cansar e dificultar cada vez mais o estudo sério do professor. Quando, no caso da signatária, até podia continuar a ocupar esse tempo com a investigação em áreas e temas que interessam ao país. O senhor jornalista recria um novo conceito de justiça. Não castiga o delinquente, mas faz o justo pagar pelo pecador, neste caso o geral dos professores penalizados pela falta dum colega. Aliás, o senhor jornalista insulta os professores, todos os professores, uma casta corporativa com privilégios que ninguém conhece e que não quer trabalhar, fazendo as tais aulas de substituição. O senhor jornalista insulta, ainda, todos os médicos acusando-os de passar atestados, em regra falsos. E tal como o Ministério, num estranho regresso ao passado, o senhor jornalista passa por cima da lei, neste caso o antigo Estatuto da Carreira Docente, que mandava pagar as aulas de substituição. Aparentemente, o propósito do jornalista Miguel Sousa Tavares não era discutir com seriedade. Era sim (do alto da sua arrogância e prosápia) provocar os professores, os médicos e até os juízes, três castas corporativas. Tudo com o propósito de levar a água ao moinho da política neoliberal do governo, neste caso do Ministério da Educação.

" recebido por mail "

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Pensamento do dia (a rir )

domingo, janeiro 28, 2007

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Pensamento do dia

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Pedaços de papel...



... com Arsélio Martins

O meu avô sentava-se na berma da 109

O meu avô sentava-se na berma da 109
Lia do jornal do dia e dormitava livros americanos
Acenando a quem passava. Pouco falava.

Se me lembro das coisas que ele fez?
Uma guitarra e piões em madeira. Bustos de mulher
Em pedra de ançã de antigas lápides do cemitério.

Melhor me lembro como a minha avó as desfez
A golpes de machado. Antes fosse bêbedo meu avô

Sem arte, sem literatura e sem mistério.
in a casa do ferreiro

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Pensamento do dia












foto de francisco castro-Braga

domingo, janeiro 14, 2007

Pensamento do dia

"Não é na novidade mas no hábito que descobrimos os maiores prazeres"

Radiguet, Raymond

Pois......

Estamos no topo da Europa:

«Portugal é o segundo, num conjunto de seis países europeus, a apresentar as melhores performances no segmento dos hipermercados. A seguir à França, o formato da grande distribuição tem em Portugal as vendas mais elevadas por estabelecimento e por metro quadrado.

De acordo com dados da Nielsen, os hipermercados têm no País uma facturação média anual de 54 milhões de euros, enquanto as vendas por metro quadrado se situam nos 7,7 mil euros. Curiosamente, no número de estabelecimentos por dez mil habitantes, Portugal cai para quarto lugar, com valores iguais aos da Bélgica

sábado, janeiro 13, 2007

Pedaços de Sentimentos...




O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Para Meditar...

O instituto de emprego e formação profissional e o lacaio que o dirige continuam a dar cobertura às mentiras do governo que pretendem ocultar a real situação económica, social e financeira do rectângulo. para atingir esse objectivo mandam para a subserviente comunicação social todo o tipo de atoardas, como já aqui foi denunciado várias vezes. a mais recente é esta:

«Cinco mil desempregados perdem subsídio por recusa de trabalho»

Se lermos a notícia na totalidade, o que podemos verificar, mais uma vez, é que se mantém a prática de reduzir os números de desempregados, não por uma efectiva criação de emprego mas por uma habilidosa e trapaceira redução da quantidade de desempregados por via administrativa....
Ainda assim, a verdade é que milhares de pessoas deixam de constar das listas do IEFP por motivos administrativos e não pelo facto de terem encontrado emprego.
Não posso deixar de denunciar o facto de que muitos dos cidadãos inscritos no iefp estão a ser obrigados a aceitar cursos de formação fantasma, com níveis de empregabilidade iguais a zero, sob a ameaça de desinscrição ou de perda de subsídio de desemprego.....

por cortesia "http://www.apanha-moscas.blogspot.com/"

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Ponte ferroviária sobre Rio Vouga


ponte ferroviária, Poço de S. Tiago, vale do vouga,
aveiro, portugal
(Photo taken by anabela santiago)

terça-feira, janeiro 09, 2007

Pedaços de papel...



com Carlos Rainha

“Ímpeto utópico”

SOU pássaro sem poiso certo
com o sol no coração, voo,
com a esperança nas asas.
Viro o peito aos ventos,
nada me faz recuar!
É o desejo que faz que vá em frente
matar esse sonho quente, sólido, tranquilo;
torná-lo realidade.

in Campus Santiago, 1988


segunda-feira, janeiro 08, 2007

Para Meditar...



por cortesia "braganza-mothers"

sábado, janeiro 06, 2007

Centum Celas

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Pedaços de Sentimentos...

Provavelmente uma das cenas mais avassaladoras do cinema.
em "Cinema Paraíso"


quarta-feira, janeiro 03, 2007

Pedaços de papel...



...com Hercílio Matos

Não quero abordar o teu navio
saquear tuas jóias lágrimas de sal
içar minha bandeira negra
Nem escrava remando meu leme
to permito
apenas navegar-te
velas içadas à deriva

Se os nossos barcos atracarem
o mesmo porto te darei
a concha em que me deito
e te sonho
cingida no meu peito

in O que não cabe num verso

terça-feira, janeiro 02, 2007

Bom Ano Novo

Comece bem 2007
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