domingo, dezembro 24, 2006

Boas Festas!

A equipa do ZARABUTANA deseja a todos um FELIZ NATAL!

All of us from
ZARABUTANA wish you a very special Merry Christmas!

sábado, dezembro 23, 2006

Estórias mundanas...

Com "Mário Bettencourt Resendes- jornalista"

A notícia tem já meia dúzia de semanas. E impressionou-me pela violência rara e brutal dos factos relatados.Recorrendo a meios típicos da Pré-História informática, recortei-a e foi para o dossier dos "assuntos pendentes", à espera de uma oportunidade para escrever sobre o assunto. A escassos dias do Natal, um tempo próprio de celebração da vida, surge a ocasião adequada.Vamos ao tema. Era uma breve, vinha num baixo de página do Público e dizia, em síntese, o seguinte: "Uma rapariga de 21 anos subiu ao telhado do edifício da câmara da cidade alemã de Lorrach, com a intenção de pôr termo à vida. Uma multidão de mirones juntou-se na praça e uma parte dos presentes, na sua maioria entre os 16 e os 19 anos, encorajaram a jovem a saltar (!) [o ponto de exclamação é da responsabilidade do autor deste texto]. Alguns sem-abrigo, que habitualmente ocupam o lugar, protestaram. Os ânimos aqueceram e em pouco tempo havia mais de 40 pessoas envolvidas em confrontos. A polícia teve de intervir para separar os dois grupos e seis agentes ficaram ligeiramente feridos. A jovem acabou por descer e foi conduzida a uma clínica da região."Sempre encarei o suicídio como uma desistência. Já vi, ao longo da vida, muita tristeza e desespero, desilusões imensas, dores brutais que trazem a negritude dos horizontes. E sei que a mente humana é um mundo complexo, com profundezas onde não impera a lógica, com distorções que dominam os comportamentos e eliminam a razão. E também não ignoro que há situações terminais, em que a chegada da morte natural pode ser um alívio.Mas conheci também resistentes, que nunca deixaram cair os braços, mesmo quando era óbvio que o caminho não tinha saída. Não vislumbro, confesso, qualquer coragem no suicídio. Há mesmo, no Jardim do Colégio, em Ponta Delgada, um banco que é das poucas coisas que me afastam de Antero: foi aí, no dia 11 de Setembro de 1891, que o mais genial dos meus conterrâneos desistiu da vida.O episódio da jovem de Lorrach choca menos pelo desespero de uma rapariga do que pelo incitamento ao suicídio por parte de um grupo onde, eventualmente, estariam alguns dos seus amigos. Como é possível que jovens, "com idades entre 16 e 21 anos", tentem empurrar para a morte "um dos seus", quase como se se tratasse de uma paródia de sábado à noite, quiçá uma proeza merecedora de aplauso post mortem?E há depois a reacção, que nos reconcilia um pouco com a vida, dos sem-abrigo que se indignaram. Eles, essa gente que, pelos mais variados motivos, pouco tem a esperar do futuro, revoltaram-se contra a morte e contra aqueles que, com uma crueldade sem limites, queriam o espectáculo de um suicídio em directo.Não falta hoje quem passe pelo Natal com um sentimento de fastio. E a verdade é que o mundo moderno, nas sociedades mais desenvolvidas, transformou a quadra num festival de consumismo, com a multiplicação de ofertas e felicitações "obrigatórias" - não esquecendo as sessões gastronómicas que arruínam a elegância e ameaçam a saúde.Com ou sem convicções religiosas, pouco sobra para um tempo genuíno de celebração da vida.O jornalista deixa-vos, aqui, a propósito do Natal, o exemplo dos sem-abrigo da praça central de Lorrach como fonte de meditação. E repete a frase tantas vezes escrita nestas colunas: "Só é vencido quem desiste de lutar."

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Sugestão para prenda de natal!

Estou, é da polícia?
- É sim, em que posso ajudá-lo?
- Queria fazer queixa do meu vizinho Manel. Ele esconde droga dentro dos troncos da madeira para a lareira.
- Tomámos nota. Muito obrigado por nos ter avisado. No dia seguinte os agentes da polícia estavam em casa do Manel. Procuraram o sítio onde ele guardava a lenha, e usando machados abriram ao meio todos os toros que lá havia, mas não encontraram droga nenhuma. Praguejaram e foram-se embora. Logo de seguida toca o telefone em casa do Manel.
- Hei, Manel, já aí foram os tipos da polícia?
- Já.
- E racharam-te a lenha toda?
- Sim
- Então feliz natal, amigão! Essa foi a minha prenda!

"recebido por mail"

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Bom Dia!

Estórias mundanas...

Hoje mergulhou pelo tempo, percorreu a palavra saudade e quando os copos estalavam de felicidade a música explodia-lhe no coração....

terça-feira, dezembro 19, 2006

Pensamento

Um CLIMA em crise...

É mesmo verdade!

Thank you Joe for the wonderful cartoon legacies you've given us!

The Birth of Stars

A cat, large, gray and devilish, a Machiavellian glint in his yellow-irised eyes, and a mouse, small, brown, cherubic yet cheeky, chase each other around a kitchen, demolishing the ice box, ironing board, plate rail, a whole sink full of dishes and littering the floor with egg shells, dripping yolks and oozing jam.

The kitchen battle wages on, its final outcome unknown o the participants. But to the people watching in the warm darkness of the theater, there is little doubt as to the identity of the victor - it will be the little mouse.

For the cat and mouse are Tom and Jerry, and this, of course is a Tom & Jerry cartoon.

The ever-dueling duo have chased each other from the Hollywood Bowl to Hungary to out space and back, and fifty years after their movie debut, are still going strong. Vintage Tom & Jerry cartoons still play at the cinema, on television, and are packaged for sale or rental on videotape.

Born in Hollywood, Tom and Jerry have captured the delight, and the laughter, of audiences around the globe, garnered enough Academy Awards to make any movie star selfishly smug, and starred in motion pictures, television and comic books. (p9)

And, Tom and Jerry have very definite personalities. Tom is a fiendish opportunist, always anxious to ingratiate himself with the powers that be, wether housekeeper, dog, or even, on occasion, mouse; while Jerry, the impish schemer, is happy minding his own business until cornered, piqued or generally provoked. (p16)

To discover their secret, one must turn back to the place of their creation, the MGM main lot in Culver City, California. Here, in a round-cornered, two-story, cream-colored stucco building containing a rabbit warren of rooms for animators, layout artists, in-betweeners, ink and paint girls, cameramen and movieola machines, Tom and Jerry leaped magically to life. (p 21)

The Fred Quimby Years

Fred Quimby, producer for not only Tom and Jerry but the entire MGM cartoon divisions. Since 1937 he had ridden herd on a zany cast of cartoonists of whom he understood little, having, unfortunately for a cartoon producer, no sense of humor to call upon.

Common belief on the main lot was that Quimby had won his producer's title due to long years of service as a top salesman in New York, from whence he came. Indeed, he knew nothing of animation and , as Irv Spence recalls, cartoons "were a strange thing to him."

Cast in the role of high school principal opposite the animators' boyish enthusiasms, he acted as liaisons between them and the front office, usually it seemed, turning down requests for bigger budgets, raises and special dispensations of funds.

But under his stewardship, Tom and Jerry sailed along like a flagship on a balmy sea. Not burdened with the need to deal directly with the cantankerous corporate minds in the administration arena, Hanna and Barbera were free to exercise the creativity that made Tom and Jerry the "Gold Dust Twins" of MGM.

After 18 years at the helm of the Cartoon Department, Quimby retired, and here was where the storm clouds began to glimmer. (p 83)

Quimby's retirement in no way hampered the creative flow of the Tom and Jerry cartoons, but his leaving signaled the beginning of the end of an era, the Golden Age of Hollywood, in the worlds of both action and animation.

And the world was already beginning to change. Television, that great engulfing box with knobs and the convex screen, was already gulping up huge chunks of the theatrical audience, allowing them to be entertained on dark evenings without ever leaving home. (p 84)

Box office receipts fell, and then plummeted. Movie studios began to worry, and then to panic. New techniques were put into operation, among them CinemaScope, which widened the theater screen to provide a presumably more encompassing view of the world.

Cartoons, too, were forced to submit to the CinemaScope rage. Tom and Jerry's first such outing was Pet Peeve, in 1954. (p 85)

The Gene Deitch Years. 1961-1962

In 1957, MGM, without warning to the crew, closed down their Cartoon Division, putting Tom & Jerry in cartoon limbo, and Hanna, Barbera and staff without a job. They oversaw the finishing touches on the cartoons that had been in mid-production when the blow came, and one imagines them sleepwalking through the studio like people in shock.

"We didn't have anything to do," recalls Bill Hanna. "We saw the rest of our cartoons through, but we knew they weren't going to pick them up."

At that time, cartoon production at other studios were limited and no one was doing any hiring. At the eleventh hour, when their contract was at an end, Joe and Bill conceived of selling a new cartoon series to television. They created Ruff and Ready, selling it to Screen Gems, a division of Columbia Pictures. There, with a limited budget ($3,000 for a 5 minute cartoon, instead of the $45,000-65,000 from MGM) they had to use every gimmick and shtick they new about the business to make the characters move around. Thus, Limited animation was born. Limited animation meant "You can hold the body (meaning that the body remains static) and put the arms on separate levels (separate cells), the mouth, the eyes, everything. You can blink the eyes and not move anything else. If the body held and you reach out for something, only the arms move."

Then, with the dawn of the 1960's came a new lease on life. MGM had decided that its "Gold Dust Twins" might still be viable properties after all, and Gene Deitch was signed to produce 13 new shorts.

Deitch's credits included a stint as artistic director of Terrytoons, where he created the critically acclaimed "Tom Terrific," a sparsely but imaginatively drawn series for the "captain Kangaroo" children's TV program, and "Munro," a theatrical short for which he won an Oscar.

He had recently moved self and studio to Prague and his Czechoslovakian animators had only half a dozen Tom & Jerry cartoons to use in familiarizing themselves with their new characters.

In contrast to Hanna, Barbera, Irv Spence, Ken Muse and the other animators at MGM, who collectively were Tom & Jerry, the Eastern European team never stood a chance of continuing the old magic.

Although they managed to retain the basic look of the characters - if you bumped them on the street you'd probably recognized them -- they didn't' act like Tom and Jerry. Jerry, whose winsome looks contributed a great deal to his charm, was glossed over, somehow giving the impression of being viewed through the wrong end of a telescope, and Tom had lost the irrepressibly devious quality that gave personality to his movements, becoming instead just another character dashing across the screen.

Despite all this, there were likeable elements; however, the overall cartoons fell short of the originals on which they were based. Deitch's contract was not extended beyond the first 13. (p 93-98)

The Chuck Jones Years 63-67

When Warner Brothers closed its cartoon doors in 1963, MGM jumped in and offered Chuck Jones the opportunity to animate new Tom & Jerry s for theatrical release. Jones was a veteran, and very talented, animator, having been intrinsic to the development of Warner's stars Bugs Bunny, daffy Duck and their brethren.

He set to work, making his first task a remodel of the famous duo. Tom was given Boris Karloff eyebrows that enhanced his diabolical demeanor, and in many poses bears a strong resemblance to Bugs himself, with a tail and cropped ears. Jerry received larger, more winsome eyes, larger ears, and a sweeter expression.

The Tom & Jerry logo received a facelift, too, with the old title frame replaced by a spiffier 1960s one and new, tinkly music signature. Even Leo, the MGM lion, who had appeared at the beginning of every cartoon since the studio's beginning, was replaced in mid-roar by Tom meowing and hissing into the camera.

But these ware the only differences between the vintage Tom & Jerrys and Jones'. Graphically stylish and brightly colored, the latter veered toward poses and personality. Much like Bugs' plots, they often started out strong and got sidetracked by other ideas. Although this style fit other Jones formats, Tom & Jerry were not the same without a solid story behind them.

After 34 such cartoons, MGM in 1967 stopped production. Believing there was no future in theatrical cartoons, the studio chose not to renew its contract with Jones, and Tom and Jerry were again relegated to the dusty archives of the studio library. (p 98-102)

The Return of the Kings

Eight years later, in 1975, Hanna and Barbera, the original Tom & Jerry men, came up with the notion of casting their old friends in a new series for Saturday morning television.

It was a difficult sell. Network executives, while laughing heartily during the screening of the old cartoons, feared that they were too violent and would be panned by parents' groups. As a compromise, Hanna-Barbera agreed to revamp the characters (again!).

Tom and Jerry had always been backstage buddies, and in their latest incarnation they were pals on-screen as well, spending their cartoon hour in friendly competition, solving mysteries and helping others.

In 1989, Hanna-Barbera started production on a new Saturday morning television series, "Tom & Jerry Kids," featuring the cat and mouse as children. (p 102-3)

The information contained here is a brief synopsis of information contained in the book:Tom and Jerry: 50 years of Cat and Mouse, by T.R. Adams from Crescent Books, a Random House Company, NY, 1991 ----- ISBN #0-517-05688-7. If you want to get more information, check the book out at your local library, this book is, unfortunately, out of print.

por cortesia www.tomandjerryonline.com

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Excelente!

Pedaços de papel.....



Conta-me Histórias

Agora que pousas a cabeça
na almofada e respiras satisfeito
quero beber o teu amor
Agora que repousas
lentamente sigo a curva do teu peito
procuro o segredo do teu cheiro

Juntos vamos correndo lado a lado
Juntos vamos sofrendo ter amado
Amas a vida
e eu amo-te a ti

Conta-me histórias daquilo que eu não vi...
Conta-me histórias daquilo que não vivi…


Logo acordas
e pedes-me um cigarro que eu não fumo
sonho planos de futuro
Logo juntas a tua roupa
e dizes que a vida está lá fora
Ambos sonhamos vivê-la lado a lado
Ambos vamos vivê-la lado a lado
Ambos vamos construindo a nossa história


"xutos e Pontapés"

sábado, dezembro 16, 2006

Pedaços de papel.....



... com Fernanda Abreu

A tua presença

Entra pelos sete buracos
Da minha cabeça
A tua presença
Pelos olhos, boca, narinas e orelhas
A tua presença
Paralisa o meu momento
Em que tudo começa
A tua presença

A tua presença
Desintegra e atualiza
A minha presença
A tua presença
Envolve meu tronco,
Meus braços e minhas pernas
A tua presença
É branca, verde, vermelha,
Azul e amarela
A tua presença
É negra, é negra, é negra, é negra
A tua presença

A tua presença
Transborda pelas portas
E pelas janelas
A tua presença
Silencia os automóveis
E as motocicletas
A tua presença
Se espalha no campo
Derrubando as cercas
A tua presença

A tua presença
A tudo que se come,
Tudo que se reza
A tua presença
Coagula o jorro da noite sangrenta
A tua presença
É a coisa mais bonita
Em toda a natureza

A tua presença
Mantém sempre teso
O arco da promessa
A tua presença
É negra, é negra, é negra, é negra
A tua presença

(Composição de Caetano Veloso,
interpretada por Fernanda Abreu)

quinta-feira, dezembro 14, 2006

O sabor da consciência...

A consciência moral, que tantos insensatos têm ofendido e muitos mais renegado, é coisa que existe e existiu sempre, não foi uma invenção dos filósofos do Quaternário, quando a alma mal passava ainda de um projecto confuso. Com o andar dos tempos, mais as actividades da convivência e as trocas genéticas, acabámos por meter a consciência na cor do sangue e no sal das lágrimas, e, como se tanto fosse pouco, fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratando de negar com a boca. Acresce a isto, que é geral, a circunstância particular de que, em espíritos simples, o remorso causado por um mal feito se confunde frequentemente com medos ancestrais de todo o tipo, donde resulta que o castigo do prevaricador acaba por ser, sem pau nem pedra, duas vezes o merecido.


José Saramago, in Ensaio sobre a Cegueira

terça-feira, dezembro 12, 2006

Raciocínios cruzados.......

Dizia-me um amigo que a vida é uma aprendizagem contínua. Se assim é porque então acabamos por repetir os mesmos erros e não aprendemos com estes? Será que temos que ser crédulos ou mesmo ingénuos a toda a hora?

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Pedaços de papel...



...com Ruy Belo

E era tudo possível


Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

sábado, dezembro 09, 2006

Pensamento do dia

O pior dos defeitos é a ingratidão, que despreza e apedreja hoje quem nos ajudou ontem.

"vox populi"

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Para Meditar...

Da vida para os meus Amigos


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, visto que permite que o objeto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade, e eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.

Eles não iriam acreditar! Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E envergonho-me porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece, é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

"A gente não faz amigos, reconhece-os."

Pedaços de Sentimentos...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

O sabor das palavras...

...de António Aleixo


"Para não fazeres ofensas

e teres dias felizes,

não digas tudo o que pensas,

mas pensa tudo o que dizes."


(quadra popular)

terça-feira, dezembro 05, 2006

Hoje sonhei com a Antárctica


Por cortesia David Ruth

Pensamento do dia

O senhor José, no seu nonagésimo primeiro aniversário, disse:

"...dos cinquenta aos sessenta anos é mais ano menos ano...
dos sessenta aos setenta anos é mais mês menos mês...
dos setenta aos oitenta anos é mais semana menos semana...
dos oitenta aos noventa anos é mais dia menos dia...
dos noventa aos cem anos é mais hora menos hora..."

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Raciocínios cruzados.......

A Desfaçatez

Das coisas que mais me tem irritado ultimamente neste país e que se evidencia é a desfaçatez. Parece omnipresente e disposta a descarregar sobre nós todo o seu poder que notoriamente se acentua nesta sociedade em que vivemos e que contruimos ( sim todos nós temos responsabilidades mesmo que pequenas).
A desfaçatez é normalmente mal educada, inconveniente e perturbadora. Manifesta-se e acompanha-se por actos e acções que são desde o simples atraso a encontros, cuspir para o chão, fumar para cima dos outros, conduzir em excesso de velocidade, falar mal dos outros, traír os outros, não pagar impostos e outras tantas pertencentes a um rol interminável. Quem a usa mais são os nossos politicos que a aliam a uma falta de vergonha que nos leva a pensar se a nossa saliva sobre a forma de cuspo não merecia ser melhor utilizada. Vencer eleições a mentir, e manter a mentira durante toda uma governação só nos leva a concluir que de facto a nossa saliva seria mal empregue nesses senhores.
A desfaçatez, pasme-se, chegou à blogosfera e ver posts em blogues assinados sendo plagiados de outros blogues começa a ser frequente. Já aqui falamos sobre os plagiadores e lambedores que são os grandes utilizadores da desfaçatez. Podem crer que estes (lambedores e plagiadores) chegarão um dia a deputados e a ministros porque de facto parece-me que o maior pré-requisito para o ser é de facto a desfaçatez.

sábado, dezembro 02, 2006

Pedaços de papel…



Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade
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