Para os mais distraídos...

Agora a Confap vem colocar alguma água na fervura... pois, já não é avaliar professores mas sim, apreciar a sua relação com os alunos... Quem leu o documento nunca viu naquela última alínea h)... a palavra avaliação! O que aconteceu foi propaganda para esconder os outros pontos de maior relevância...

Por exemplo, ninguém fala (só os menos distraídos!) que a proposta do ECD não contempla o vocábulo ensinar... é extraordinário! Isto sim, deveria constituir motivo de preocupação para os encarregados de educação!

O Professor Nuno Crato refere, por exemplo, que "Entre as muitas funções atribuídas aos professores pelo novo ECD não figura aquela que deveria ser a primeira de todas, ou seja, ensinar. (...)Ora a avaliação é necessária. Mas quem escreveu o novo estatuto da carreira docente liquida toda a capacidade de avaliação dos professores. Trata-se do artigo [36º-2], aquele que estipula quais são as funções dos professores. E as funções dos professores deixaram de ser ensinar. (...) aparecem transformados em animadores culturais, em mediadores entre a família e a escola, etc. Aliás, curiosamente, a palavra "ensinar" não aparece uma única vez no documento que tem 55 páginas." (*)

Nota-se que, de um de um momento para o outro, toda a gente começou a contorcer a língua perante as câmaras da televisão, na esperança de poder dar autografos a outros invejosos.

Governar sobre a égide da propaganda é o pior veneno para a Democracia.

Quero realçar um pequeno descrédito (entre muitos!) de uma encarregada de educação. Ele ilustra as fragilidades que a nossa terra atravessa.

(*) Nuno Crato sobre a escola, na revista Pública de 18 de Junho de 2006