Estórias mundanas...

Ele chegou a casa cansado. Tomou um banho, lanchou, leu a correspondência e esticou-se no sofá. Ligou a aparelhagem que gemia uma morna de Cesária Évora. Lembrou-se que durante o trajecto e, apesar do calor e do sol, o céu estava cinzento por razões adversas à metereologia; os seus ouvidos eram metralhados por sirenes estridentes (ritual do estio). Ligou a televisão, não para ver o espectáculo da dor mas porque o preocupava pessoas fraternas que viviam longe da cidade. Reparou então que só podia estar a viver um pesadelo, o que ele vivia e sentia não era notícia; e tudo que não se exibe não existe.
Não sabia se devia de dormir descansado ou preocupado ! Não dormiu nessa noite.